domingo, 5 de maio de 2013

Vale o quanto pesa?

O amadurecimento do mercado e da sociedade brasileiras se refletem em inovadores exemplos de ações práticas de mobilização por transparência também nas relações de consumo. Por meio das redes sociais e munidos de informação acessível na internet, consumidores organizam um complexo aparato de compartilhamento de informações capazes de ajudar no processo de tomada de decisão de consumo. São formas compartilhadas de conhecer produtos, e questionar, por meio do debate virtual, as razões para que as coisas sejam tão caras no Brasil. 



O processo de formação de preços é composto por inúmeras e complexas variáveis que vão desde a questão tributária até o mecanismo de formação do desejo no indivíduo passando por questões tributárias, tecnologia e recursos disponíveis. Neste post, quero discutir com vocês o papel do consumidor nessa robusta arquitetura de modo a colocar foco a um elemento central desse processo que muitas vezes é relegado a segundo plano nas análises. 
Vamos falar sobre o poder do consumidor, como podemos ser agentes de mudança em um cenário marcado pela ineficiência tributária, logística e tecnológica? As respostas começam a aparecer com a ajuda da tecnologia.  São cada vez mais comuns blogs, comunidade no facebook e aplicativos destinados a estimular um comércio mais eficiente, por meio do questionamento dos preços abusivos cobrados no Brasil O que, até então era debate restrito a acadêmicos e jornalistas de economia, ganhou as ruas, as redes sociais, as conversas de elevador e as discussões de mesa de bar na mesma velocidade em que a alta dos preços passou a ser percebida no dia a dia do cidadão comum. O tomate virou a estrela da vez, virou meme e conseguiu, por meio do humor e da viralização, personificar a sensação que todos temos: está cada vez mais caro viver no Brasil. 


A teoria econômica nos diz que o preço é determinado pelo encontro das curvas da oferta e demanda. Repetindo o que a maioria já sabe, as coisas custam quanto as pessoas estão dispostas a pagar por elas de acordo com a utilidade do objeto para quem compra e a remuneração desejada por quem compra. No encontro entre essas duas curvas, temos o equilíbrio e a definição do preço. A curva de oferta no Brasil é bastante prejudicada pelos nossos já conhecidos gargalos produtivos. Mas, e a curva de demanda? Além das políticas sociais de incentivo ao consumo, será que existem outras razões para o brasileiro estar disposto a pagar mais por um mesmo produto? 

Alexandre Versignassi, em texto para a SUPERINTERESSANTE ("Por que tudo custa tão caro no Brasil?") argumenta que a cultura consumista e ostentadora do brasileiro é um dos grandes responsáveis para a margem de lucro exorbitante no país. Em, outras palavras, no Brasil, o consumidor está disposto a pagar mais por um mesmo produto por conta da importância dada ao consumo do país. Aqui, pagar caro é sinônimo de status, algo tolerado e desejado por quem encontra na ostentação do consumo a validação social. 



Esse fetiche consumista atribui aos produtos um valor intangível de desejo que faz com que as pessoas estejam dispostas a pagar muito mais por um produto do que seu valor objetivo permitiria. Além de desequilibrar a racionalidade econômica, essa postura funciona como um prato cheio para quem deseja lucrar no Brasil.
Nesse sentido, a iniciativa de questionar os preços praticados na cidade de São Paulo pelo site Boicota SP e pelo SP Honesta, são excelentes exemplos na promoção da transparência e do debate sobre a relação de consumo em São Paulo. Por meio de uma plataforma colaborativa, no Boicota SP, usuários são convidados a compartilhar experiências de preços considerados abusivos em bares, restaurantes e outros estabelecimentos da cidade. A idéia é promover a reflexão por meio de um espaço para que consumidores e prestadores de serviço exponham suas insatisfações. Democrática, a plataforma atraiu a ira de alguns estabelecimentos que foram alvo de consumidores indignados, porém, vale ressaltar que o site se preocupa em permitir que os donos dos estabelecimentos citados apresentem suas justificativas e colaborem sobre o debate do consumo na cidade. 
Seguindo a tendência de consumo menos extorsivo, o SP Honesta busca compartilhar informações sobre lugares para se comer bem gastando pouco. Convida usuários a divulgarem lugares com preços justos na cidade por meio do compartilhamento de boas experiências por meio da provocação "sim, existem lugares bons e baratos em São Paulo. É só procurar. Vamos divulgar os lugares que cobram preço justo? Mande seus achados: sphonesta@gmail.com"  

Além de excelentes ferramentas de prestação de serviços para os moradores da cidade, os dois sites estimulam a consciência no consumo ao provocar a reflexão sobre a legitimidade dos preços cobrados na cidade. É importante ressaltar que o valor de um produto ou serviço não se dá apenas por elementos objetivos, a percepção subjetiva de utilidade desse produto pelos consumidores é um dos mais importantes fenômenos para a definição de preços. O mercado de luxo se apoia nisso para criar uma atmosfera de desejo capaz de sustentar margens de lucro elevadas ainda que com base em pouco escala de venda. Não se trata, portante de negar o desejo ou minimizar elementos intangíveis nas relações de consumo, trata-se, sim, da tentativa de promover o consumo consciente permitindo que o consumidor entenda as razões dos preços e decida se está disposto a pagar mais em troca de outros elementos além do produto ou serviço tangível. Apoiando-se na colaboração e na construção coletiva de conhecimento, buscam fornecer ao consumidor novas ferramentas de exercício de seu poder por meio da informação e da transparência. 




Um comentário:

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