No último dia 26, a Suprema Corte dos Estados Unidos iniciou debate importante a respeito da União Civil entre casais homoafetivos. Ao analisar a constitucionalidade da lei da Califórnia que veta o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a validade da Lei de Defesa do Casamento que, na prática, delega aos Estados a decisão sobre o tema, o judiciário norte americano tem a oportunidade de promover avanço significativo na universalização dos direitos civis para todos os cidadãos. A isonomia no tratamento dos cidadãos é premissa fundamental para democracias modernas comprometidas com os direitos humanos.
Nesse sentido, a discussão jurídica do casamento gay é reflexo de um movimento da sociedade civil que se organizou na defesa da igualdade de direitos em relação ao casamento. Ativistas LGBT, associações de direitos humanos, artistas, intelectuais, políticos e anônimos se organizaram para pressionar alterações que confiram dignidade e proteção jurídica a todos os cidadãos que desejam compartilhar sua vida com uma pessoa do mesmo sexo. A revista TIME desta semana apresenta uma interessante reportagem que investiga a evolução do fortalecimento dos direitos LGBT na sociedade norte americana (leia aqui).
Nos últimos anos, a campanha em favor do casamento civil igualitário recebeu apoio de importantes figuras públicas que, por mais que acenassem com simpatia à essa demanda, eram resistências em declararem-se publicamente favoráveis aos direitos LGBT em razão do temor aos supostos impactos negativos de um apoio público ao casamento LGBT. Ao se tornar, em 2001, prefeito de Paris depois de ter assumido sua homossexualidade em 1999, Bertrand Delanoe personificou a capacidade de escolha de um líder político independentemente de sua orientação sexual. No ano passado, o presidente americano Barack Obama, tornou-se o primeiro Gay Friendly a presidir a maior economia do planeta ao defender publicamente os direitos dos cidadãos homossexuais.
Com a discussão na Suprema Corte americana, o tema bastante polêmico no país marcado pela convivência simultânea do vanguardismo e atraso nos debates sobre consolidação dos direitos civis, surgiu com força nos meios de comunicação e nas redes sociais. Milhares de pessoas passaram a utilizar como avatar no Facebook ou Twitter o símbolo de igual em fundo vermelho da Campanha de Direitos Humanos em favor do casamento civil igualitário. Imediatamente, empresas -tradicionalmente favoráveis ao casamento civil igualitário ou novas apoiadoras da causa - criaram suas versões do símbolo compartilhadas em seus perfis oficiais em redes sociais.
Budweiser, Coca-Cola, Wall-Mart, Itaú, Lev's e Microsoft são algumas empresas que aproveitaram a ocasião para reforçar seu compromisso com a diversidade. Na mesma semana, a Starbucks declarou-se publicamente favorável ao casamento gay e, ao sugerir que o acionista insatisfeito com essa postura da empresa deveria vender suas ações, o CEO da companhia Howard Schultz reforçou o compromisso genuíno da empresa com a causa que não deve se curvar a pressões chantagistas de grupos contrários ao casamento gay.
Frente aos avanços do debate sobre os direitos civis da população LGBT e ao valoroso apoio de empresas e grupos efetivamente comprometidos com a universalização de direitos, é preciso atenção para que as iniciativas não se encerrem em meras ações de marketing avaliadas estrategicamente por seus possíveis impactos ao valor da marca. É preciso haver compromisso genuíno com a causa LGBT não apenas por serem uma expressiva e poderosa parcela do mercado consumidor ou um grupo de cidadãos que honram seus compromissos fiscais com o Estado, mas, sim, por serem serem humanos dotados de valores e direitos universais garantidos pela sua constituição de humanidade. Nesse sentido, além de divulgar a causa do casamento gay igualitário, as empresas têm uma enorme responsabilidade de construir ambientes corporativos que valorizam a diversidade e um grande poder transformador ao utilizar sua condição econômica para apoiar a luta contra a homofobia
A seguir, vídeos de empresas que se posicionam publicamente em favor do casamento civil igualitário.
Excelente vídeo em que funcionários da Google no Brasil tratam de maneira clara e elegante o tema do casamento civil igualitário.
Da Mesma forma que a Microsoft, a Amazon utiliza a sutileza para apoiar o casamento civil igualitário